segunda-feira, 4 de maio de 2009

Das letras, das palavras e dos dilemas humanos...


As letras nem sempre se juntam, as palavras nem sempre se cruzam e assim, os textos nem sempre se formam.

Há tanto que ela precisava escrever, havia tantos textos que ela precisava ler e assim, poder entender.

De todas as coisas que há no mundo pouco ela conhecia e, desse modo, pouco podia ser.

A folha em branco pedia para ser preenchida, mas não seria qualquer letra que poderia ali ser posta. Era uma fala que ela queria empreender e idéias que queria, mais do que isso, precisava defender.

Nossa vida não é o forjar de uma existência qualquer, mas o fruto do que eminentemente escolhemos, é o resultado dos caminhos que tomamos e das condições em que existimos.

E ela, ela não podia ser outra senão aquela, com suas perdas, seus ganhos, seus projetos, seus desencantos, seus espaços vazios.

Não sabia ao certo o que iria acontecer, nem o motivo de suas intenções e isso fazia com que se sentisse perdida. Mas não era uma perdição no mundo, era uma perdição nela mesma. Era um perdição difícil de superar, porque interna, entranhada em sua existência.

Sua existência era um mar revolto, seu amor uma vírgula mal colocada, sua dúvida uma exclamação e seu futuro uma interrogação, ou uma série de interrogações.

As perguntas sem resposta a imobilizavam e os passos que outrora não dera lhe cobravam, lhe interpelavam e não a deixavam seguir.

Na encruzilhada que se encontrava não sabia para onde seguir, queria escrever, mas as palavras fugiam e na vasta imensidão da folha em branco suas lembranças se perdiam na perdição de sua vivência, conturbada e terna vivência.

Um comentário:

Rita disse...

"Mas não era uma perdição no mundo, era uma perdição nela mesma."
Que lindo... achei uma amiga minha aí "perdida" no texto.
Qqr semelhança, mera coincidencia!
Bjoooo